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Google diz que sua AI já prevê mortes com precisão mais assertiva do que hospitais

  • Foto do escritor: Sinesios Amaim Jr.
    Sinesios Amaim Jr.
  • 20 de jun. de 2018
  • 3 min de leitura

O Google tem aplicado Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês) a uma série de tarefas e vocações, que vão desde o Google Maps, Google Assistente, Google Fotos, etc. Mas agora a gigante de Mountain View diz que sua AI tem sido usada para prever coisas, digamos, inevitáveis a nossa existência humana: a morte.


A equipe do chamado Medical Brain, do Google, está treinando suas ferramentas de Inteligência Artificial para prever o risco de morte entre os pacientes do hospital. De acordo com os primeiros resultados, a tecnologia tem precisão ligeiramente maior do que o sistema de alerta do próprio hospital. As informações são da Bloomberg.


Em resumo, a plataforma do Medical Brain é alimentada com dados, que anteriormente seriam inutilizáveis para chegar a essas previsões. Uma vez concluída sua tarefa, a plataforma é capaz de falar sobre a probabilidade de morte, alta e readmissão do paciente.


Em artigo publicado na Nature em maio passado, o Google explica que esses modelos superaram os modelos preditivos tradicionais usados clinicamente em todos os casos médicos. "Acreditamos que essa abordagem pode ser usada para criar previsões precisas e escalonáveis para uma variedade de cenários clínicos”, assinam pesquisadores do Google.


Previsões sensíveis


Em um dos principais estudos de caso, a empresa diz que seu algoritmo foi aplicado no caso de uma paciente diagnosticada com câncer de mama, já em fase de metástase. Após 24 horas de internação, o Google deu a ela 19,9% de chance de morrer no hospital, enquanto a estimativa do hospital era de 9,3%. Menos de duas semanas depois, a paciente faleceu.


Para chegar a esse resultado, a ferramenta registrou 175.639 pontos de dados de registros médicos eletrônicos da paciente, incluindo anotações manuscritas.


“Em geral, o trabalho anterior concentrou-se em um subconjunto de recursos disponíveis, e não em todos os dados disponíveis, como notas clínicas, e grandes quantidades de dados estruturados e semiestruturados”, diz o estudo.


Durante todo o estudo, o Google analisou mais de 216 mil internações com 114 mil pacientes – e mais de 46 bilhões de pontos de dados de todos os registros eletrônicos de saúde.


Dilemas éticos


Esta não é a primeira vez que a IA do Google é aplicada à saúde preventiva. No início de 2018, a DeepMind fez uma parceria com o Department of Veterans Affairs par alimentar seus registros médicos com dados de 700 mil veteranos americanos, a fim de prever mudanças que poderiam prevenir o óbito do paciente.


Outro projeto do Google na área médica que se debruça sobre AI é um problema constante entre médicos e pacientes: as receitas médicas com prescrições ilegíveis. A companhia trabalha em um sistema de reconhecimento de voz para anotações clínicas que eliminará a necessidade de os profissionais de saúde digitá-las ou escrevê-las. O desafio aqui diz respeito a precisão – até mesmo os menores erros no registro de um paciente podem resultar em uma receita errada.


Entretanto, dada o caráter sensível de suas aplicações, o Google tem que lidar aqui com um dos principais desafios: o acesso aos dados. Isso porque dados médicos nem sempre estão disponíveis, por motivos de segurança.


Em 2016, o Google enfrentou a reação dos pacientes foi revelada que tinha acesso aos dados de 1,6 milhão de pessoas (sem consentimento) de três hospital em Londres, para desenvolver um aplicativo que avisasse os médicos quando um paciente estivesse propenso a ter doença renal. De todos esses avanços também poderá surgir dilemas éticos - um hospital poderá decidir priorizar o atendimento de um paciente que o sistema indicar que suas chances de sobrevida são menores, ou, talvez, exatamente o oposto.


Fonte: IDGNow

 
 
 

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